Reunião de Pais

Prepara a pauta, escolhe mensagem, lista assuntos importantes, organiza atividades para compartilhar com as famílias… um trabalho árduo nos aguarda a cada reunião de pais, não é? Dedicamos energia e tempo na preparação desse momento, mas ainda escutamos muitos pais dizerem “Reuniões são sempre iguais, avisos e cobranças que não servem para os pais que estão ali”. Por outro lado, também nós professores nos queixamos: “tanto trabalho para preparar esse momento e eles não valorizam” ou “quem precisava ouvir, não veio.”

Como mudar essa realidade? Alterar esse modo de agir e pensar? (tanto das famílias quanto nosso) e fazer desse momento um espaço de diálogo entre pessoas que têm o mesmo objetivo? Afinal… ambas as partes se dedicam ao desenvolvimento da criança em todas as suas potencialidades, não é mesmo?

1. Selecione os assuntos tratados antecipadamente

Em muitas realidades a seleção e organização dos assuntos a serem abordados é feita coletivamente entre o grupo de professores, mas, mesmo que os assuntos sejam elencados de acordo com as necessidades da escola, é preciso ter um olhar cuidadoso para a pauta, de modo a dedicar maior ou menor tempo a cada assunto, dar ênfase aos temas que, de acordo com a sua avaliação necessitam de mais atenção, conforme as particularidades da turma. Ao selecionar os assuntos abordados, vale lembrar que em um espaço coletivo de diálogo, apenas assuntos também coletivos devem ser tratados. Assuntos específicos e delicados e devem ser tratados em conversas individuais com os interessados.

2. Envolva as crianças na preparação da reunião

Converse antecipadamente com as crianças a respeito da reunião de pais, explicando que é um momento especial para mostrarmos para as famílias todas as maravilhas realizadas pela turma. Vale perguntar para a turma quais foram os momentos mais especiais, o que gostariam que os pais vissem. Prepare um cantinho com essas propostas, também vale um mural de fotos e atividades ou um vídeo, por exemplo. Assim estará praticando a escuta, valorizando as vontades das crianças, criando possibilidade que as próprias crianças reportem aos pais o quão importante será a presença deles na reunião e aproximando as famílias do trabalho realizado. Que tal experimentar esse recurso?

3. Pense em como será feito o convite para a reunião

O modo tradicional de fazer esse convite é enviando um bilhete na agenda da criança.  Este pode ser o caminho oficial, mas será que podemos pensar em algumas estratégias para dar ênfase a este convite e desde então expressar o quanto este momento é importante e preparado com carinho para as famílias? Produzir um convite junto com as crianças conforme as possibilidades da faixa etária, no qual contenha uma produção e até um texto coletivo criado por eles, quando maiores, tendo a professora como escriba. Também podemos usar como recurso para este convite, imagens das crianças em diferentes contextos da rotina, convidando as famílias a conversar sobre os diversos momentos. Podemos ainda, colocar um lembrete no dia que antecede a reunião, na agenda ou na porta, despedir-se ao fim do dia reforçando o convite. Certa vez, vi uma professora confeccionar pulseiras com as crianças, onde produziram seus braceletes em papel com materiais que mais lhes agradavam (papeis recortados, lantejoulas, tecido, lã…) e colaram um pequeno bilhetinho que dizia: “Não se esqueça! Amanhã temos Reunião de Pais!”. Vale sempre envolver as crianças e usar a criatividade!

4. Prepare o ambiente

Receber bem as famílias é ação indispensável para o início positivo desse grande dia e isso começa com a organização do espaço onde a reunião acontecerá. Creio que todos nós já tenhamos vivido a experiência de chegar a um local previamente preparado para nos receber, arrumado, limpo, com móveis e materiais/acessórios postos cada qual em seus lugares, um ambiente que foi pensado para nós… é bom saber que fomos esperados, não é? Podemos proporcionar isso às famílias, o que acham?

Além disso, o espaço deve deixar claro o objetivo principal: conversar sobre a aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Uma boa conversa, não acontece com pessoas enfileiradas umas atrás das outras, não é? Naturalmente nos organizamos em roda quando estamos socialmente conversando entre conhecidos e esta pode ser a melhor configuração, todos olhando uns para os outros. Escreva ou projete a pauta da reunião para antecipar aos pais os assuntos tratados. Prepare uma mesa ou apoiador com toques de carinho: toalha, mensagem, balinhas, quadrinho decorativo, flores, lance mão da criatividade para recepciona-los. Dê uma boa retomada na organização dos materiais e murais, veja se está tudo no lugar certo, se as atividades estão expostas adequadamente para que os pais façam a relação entre o que veem e a abordagem feita por você sobre o trabalho realizado. Disponha também os materiais que você utilizará durante a reunião de modo que possam ser facilmente acessados por você, evitando que fique “perdida” e passe a falsa ideia de desorganização. Ao entrar em um espaço cuidadosamente preparado, as famílias entrarão no clima e perceberão o seu olhar cuidadoso em bem recebe-las.

5. Prepare uma proposta especial de acolhida

Ao adentrar em reuniões, de modo geral, as pessoas costumam inicialmente adotar uma postura observadora e reservada. Se a nossa visão é a de realizar uma reunião que abra espaço para o diálogo, precisamos conduzir as ações de modo que as famílias se sintam mais à vontade, é preciso “quebrar o gelo”. Para isso, você pode escolher uma dinâmica, uma mensagem, um pequeno vídeo. Ao fazer a escolha, tenha o cuidado de selecionar um recurso que abra espaço para comentários, pense antecipadamente em perguntas que possam ser feitas para direcionar a conversa, comece falando um pouquinho para “puxar o fio” da conversa. É importante que a escolha do recurso esteja alinhada com os objetivos da reunião: pode ser uma reunião para conhecer as famílias e estabelecer combinados, uma formação sobre algum tema específico ou um momento para compartilhar o trabalho realizado… assim, faça escolhas cujo a abordagem esteja em consonância com o assunto que será tratado no decorrer da reunião.

6. Prepare uma pauta impressa com avisos e recadinhos para entregar às famílias

Muitos pais, preocupados com seus compromissos profissionais ou rotineiros, tão logo chegam ao ambiente escolar, anseiam por saber qual o tempo previsto de reunião. Embora esta não seja a melhor pergunta ao se ouvir no início de uma reunião tão cuidadosamente preparada, é preciso considerar que, de fato, as famílias têm seus compromissos e se organizam para estar ali, por isso é também uma demonstração de respeito de nossa parte contextualizar a pauta da reunião, antecipando quais serão as ações propostas, assuntos tratados e tempo previsto. Faça essa contextualização prévia após o momento da acolhida, essa é também uma forma de mostrar que todas as ações foram planejadas e de envolver os pais em todos os momentos.  Normalmente, as pautas preveem vários recadinhos e lembretes sobre a organização escolar, combinados do grupo, orientações sobre alimentação, higiene, trocas… Selecione quais desses assuntos demandam maior atenção e explicação detalhada para o grupo, os demais podem ser apenas citados e entregues aos pais por escrito, por meio de uma pauta impressa. Assim, os pais presentes podem compartilhar os combinados do grupo com demais familiares e você consegue organizar um tempo maior para tratar de assuntos pedagógicos, dando ênfase à temas que tenham as ações das crianças como foco principal. 

7. Faça da reunião um espaço de diálogo

Ao planejar o desenvolvimento da reunião, considere possibilidades para que o espaço esteja aberto às colocações das famílias, afinal boas conversas não devem ser unilaterais, onde uma pessoa fala e as demais são apenas informadas, mas sim, devem promover a troca. Ao tratar dos diferentes assuntos, rememore situações práticas que exemplifiquem sua fala, facilitando a compreensão dos pais, faça perguntas para que coloquem suas impressões sobre o assunto, digam o que pensam e o que esperam sobre o trabalho realizado. Muitos de nós podem tem certa resistência ao ouvir as colocações dos pais por se sentirem avaliados, mas é muito importante saber o que pensam para que, assim, possamos perceber as necessidades das famílias, esclarecer equívocos e planejar nossas intervenções e ações pedagógicas com maior segurança. Pensando nisso, preveja também estratégia para avaliar a reunião junto com as famílias, pode ser uma rodada com perguntas previamente preparadas e respostas ou um impresso onde expressem sua opinião e deem sugestões, por exemplo, recursos que farão com que as famílias se sintam ouvidas e consideradas. As reuniões de pais costumam ter por objetivo tratar de assuntos gerais relacionados à temas de interesse das famílias e ao trabalho pedagógico realizado. Mas, quantas de nós já não escutou, ao finalizar a reunião, a pergunta: “E como está meu filho, professora?”. Pensando nesse anseio dos pais, vale planejar um tempo ao fim da reunião para rápidos atendimentos individuais, respondendo às suas dúvidas a respeito da criança. Caso surja algum assunto mais complexo, mostre disponibilidade para agendamento de uma conversa individual, pois particularidades quando tratadas nessas situações coletivas podem expor as crianças, colegas e suas famílias.

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Monique Ribeiro
Pedagoga

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Equipe Prosa Pedagógica